Benvindo ao Studio Bike Fit
Influência do Quadro e/ou Demais Componentes da Bicicleta com a Lombalgia
De acordo com Kronisch (1998b) e Trombley (2005), ter uma bicicleta com dimensões que se ajustam bem ao ciclista é importante por proporcionar conforto e ajudar a prevenir lesões musculotendíneas. Uma bicicleta com componentes de dimensões inadequadas ou mal ajustados aumentam a chance de desenvolver lesões por esforço repetitivo em ciclistas (KRONISCH, 1998b). Para manter uma postura adequada é importante que haja uma harmonia entre as três áreas de contato que o ciclista tem com a bicicleta (Figura 1). São elas: as interfaces pelve-selim, mãos-guidão e sapatilha-pedal (COHEN, 1993; DE VEY MESTDAGH, 1998; SILBERMAN et al., 2005; BU et al., 2010; XIANG et al., 2011). Embora na figura 1 não esteja representado, outra possibilidade de posicionamento da mão do ciclista é sobre os manetes e parte superior do guidão. Sem a harmonia entre estas três interfaces o ajuste ideal de uma bicicleta ao ciclista fica comprometido.
Para De Vey Mestdagh (1998) a altura do selim, o comprimento do pedivela, o posicionamento do taco na sapatilha e o ajuste ântero-posterior do selim determinam o que pode ser definido como postura relacionada à altura. O comprimento e angulação da mesa, a altura, comprimento do guidão e o tubo superior efetivo constituem, juntos, o que se denomina de postura relacionada ao comprimento; em outras palavras, faz referência ao alcance atingido pelo ciclista sobre a bicicleta. De acordo com Bressel e Larson (2003) o posicionamento das mãos no guidão, se na patre superior ou sobre o manete, das bicicletas de estrada (Figura 1) podem influenciar a amplitude de movimento articular e consequentemente a flexão de tronco.
Figura 1. Triângulo que representa os três pontos de apoio do ciclista em uma bicicleta para ciclismo de estrada.
Músculos da coluna que trabalham em uma posição muito alongada tendem a produzir menor força, comprometendo a manutenção da postura, condição que pode ser responsável por desencadear fadiga muscular e dor. O tônus na musculatura paravertebral aumenta ligeiramente durante a prática ciclística realizada sob maior intensidade, todavia, o tônus é dependente, principalmente, da postura do ciclista. Os músculos paravertebrais apresentam menor tônus quando o ciclista mantem-se mais ereto. Em contrapartida, a postura de flexão de tronco diminui a lordose lombar, condição que pode otimizar a contração muscular do psoas, músculo que durante o ciclo da pedalada também tem a função de promover a látero-flexão do corpo vertebral alternadamente entre o lado direito e esquerdo (USABIAGA et al., 1997).
A correção da disfunção apresentada pode envolver o ajuste da bicicleta para que o ciclista pedale em posição de menor flexão de tronco, realizando treinos em trajetos planos para diminuir o esforço muscular dos músculos glúteos e ísquiostibiais (MELLION, 1994; SANNER; O’HALLORAN, 2000). Pode-se minimizar a força realizada pelos músculos ísquios-tibiais, glúteos e da pelve elevando o guidão (SANNER; O’HALLORAN, 2000) ou diminuindo o comprimento da mesa para reduzir a flexão de tronco (MELLION, 1994; SANNER; O’HALLORAN, 2000; ASPLUND; WEBB; BARKDULL, 2005).
Fonte: Di Alencar TAM, Matias KFS, Bini RR, Carpes FP. Revisão Etiológica da Lombalgia em Ciclistas. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, 2011; 33(2): 507-528.
©Copyright 2007 - 2024 - Todos os Direitos Reservados
Tel.: +55 62 3932-0333 | www.StudioBikeFit.com.br