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Influência do Ajuste da Bicicleta Para Prevenir a Ocorrência de Lombalgia
O ajuste da bicicleta às características corporais do ciclista, procedimento conhecido nacional e internacionalmente por bike fit, envolve avaliação postural e biomecânica do ciclista sobre a bicicleta, sendo procurado pelos ciclistas para prevenir lesões, aumentar o conforto e o desempenho (DI ALENCAR; MATIAS, 2009). A prevenção da lombalgia está relacionada ao ajuste adequado da bicicleta ao ciclista (MELLION, 1994; ASPLUND; ST PIERRE, 2004; SCHWELLNUS; DERMAN, 2005; ASPLUND; WEBB; BARKDULL, 2005; PRUITT; MATHENY, 2006). Todavia, se um ciclista já sofre de lombalgia, um ajuste da bicicleta realizado de forma inadequado pode agravar o quadro de dor (PRUITT; MATHENY, 2006).
O ajuste pode não ser suficiente para resolver problemas relacionados à lombalgia quando o ciclista possui uma bicicleta com quadro e/ou mesa e/ou tubo superior efetivo (effective top tube) (Figura 2), de dimensão inapropriada às características antropométricas do ciclista (MELLION, 1994; KRONISCH, 1998a), ou ainda a um guidão muito baixo (MELLION, 1994; KRONISCH, 1998a; ASPLUND; ST PIERRE, 2004; GLASSER, 2005), condição que não permite ajuste na altura devido à espiga do garfo ou suspensão ser demasiada curta (PRUITT; MATHENY, 2006). Um quadro de tamanho inapropriado ao ciclista pode dificultar, ou até mesmo comprometer, o ajuste por não permitir a realização dos ajustes necessários. Antropometria, dimensão, ajuste e postura sobre a bicicleta são variáveis que se correlacionam (SCHULTZ; GORDON, 2010; BU et al., 2010), e até a elaboração deste artigo não consta nenhuma pesquisa que tenha associado as variáveis entre si e com a ocorrência de lombalgia em ciclistas. Schultz e Gordon (2010) defendem a realização de um estudo que associe a antropometria do ciclista às dimensões da bicicleta e ajuste bem como a postura sobre a mesma, pois são variáveis que se correlacionam.
Figura 1. Representação do tubo superior efetivo e da mesa em um quadro de bicicleta para ciclismo de estrada.
Salai et al. (1999) relatam que a incidência e gravidade de lombalgia pode ser reduzida em 72% dos casos se a extremidade anterior do selim for inclinada de 10 a 15° para baixo. A alteração da inclinação do selim como conduta para resolver a lombalgia é questionada por Goméz-Puerto et al. (2008) e pode, ainda, desencadear dor nas mãos (KRONISCH, 1998a; SILBERMAN et al., 2005) por aumentar a pressão na região tenar e hipotenar. Por outro lado, um guidão relativamente baixo pode estar relacionado a um reduzido ângulo da mesa (PRUITT; MATHENY, 2006) e ainda ser o responsável por acentuar a flexão de tronco, aumentando a tensão nas estruturas musculoesqueléticas da região lombar (ASPLUND; WEBB; BARKDULL, 2005). Garantir a adequada altura do guidão, do comprimento do tubo superior efetivo e flexão de tronco do ciclista ajuda a minimizar ou até mesmo eliminar a lombalgia (MELLION, 1994; ASPLUND; WEBB; BARKDULL, 2005). De acordo com Mellion (1994) e Bouché, Vincent e Sullivan (2005), é importante conferir se a bicicleta encontra-se devidamente ajustada, pois esta prática complementa a avaliação clínica do ciclista. Estabelecer um diagnóstico específico e identificar fatores etiológicos são condutas que determinam a escolha do tratamento mais adequado.
Fonte: Di Alencar TAM, Matias KFS, Bini RR, Carpes FP. Revisão Etiológica da Lombalgia em Ciclistas. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, 2011; 33(2): 507-528.
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